Conheça as tecnologias de suporte ao combate nas emissões de NOx

O Proconve (Programa de Controle da Poluição por Veículos Automotores) foi instituído no país em 1986. Desde então, o programa vem sendo atualizado por meio de sucessivas resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), para alinhar o desenvolvimento tecnológico da engenharia automotiva e as legislações da União Europeia para veículos pesados e dos EUA para os veículos leves.

Importante saber que as diversas etapas que atualizam o Proconve são designadas por letras (P para veículos pesados e L para veículos leves) e por números para indicar o estágio. Atualmente, estão em vigor as legislações P7 e L6.

O Proconve P7 é a etapa da legislação brasileira equivalente ao Euro 5, que entrou em vigor, na União Europeia, em outubro de 2009 para aumentar o rigor no controle da emissão veicular. O limite legal da legislação brasileira para a emissão de óxidos de nitrogênio (NOx), um dos principais poluentes emitidos pelos veículos pesados a diesel, é 2,0 g/kWh.

Atualmente, duas tecnologias de motor podem ser utilizadas para atender o limite legal da emissão de NOx: EGR e SCR.

A Recirculação de Gases de Exaustão (EGR) é uma alternativa que recircula parte dos gases de exaustão produzidos durante a combustão para reduzir os níveis de NOx aos níveis de emissões exigidos. Todavia, essa tecnologia tende a apresentar melhores resultados em veículos leves e médios.

Por essa razão, tanto no Brasil como no exterior, a maioria dos fabricantes de veículos pesados opta pela tecnologia SCR (Redução Catalítica Seletiva) que utiliza o Arla 32 (Agente Redutor Líquido Automotivo), solução de ureia ultrapura a 32,5% em água desmineralizada. A interação entre o gás de exaustão do motor, o catalisador e o Arla 32, provoca uma reação química que reduz a emissão de NOx. A utilização da combinação SCR / Arla 32 possibilita, também, uma significativa redução do consumo de combustível em relação aos veículos da geração anterior (até 2012), em torno de 5% a 7%. Consequentemente, permite uma redução na mesma ordem de grandeza da emissão de gás carbônico (CO2), principal gás associado à intensificação do aquecimento global.

Se o veículo tem o SCR e não utilizar o agente, o efeito será o oposto. As emissões de NOx serão ainda mais altas do que as geradas pelos motores de geração anterior ao Proconve P7/Euro 5. Além disso, o sistema de monitoramento eletrônico do motor irá informar o usuário dessa situação por meio de aviso no painel do veículo e, para que o aumento de emissões de NOx não persista, a potência do motor é reduzida automaticamente depois de algum tempo.

Caso o SCR seja abastecido com Arla 32 produzido fora de especificação, diluído ou adulterado, o que configura situação irregular, além do aumento das emissões de NOx, o catalisador poderá sofrer danos e até ficar completamente inutilizado, acarretando um prejuízo de aproximadamente 20 mil reais.

Importante lembrar que a burla no uso do Arla 32, seja pelos meios citados ou por outras formas, é um crime ambiental que pode resultar em penalidades legais para motoristas e transportadores.

A AFEEVAS (Associação dos Fabricantes de Equipamentos para Controle de Emissores Veiculares da América do Sul) tem acompanhado as operações realizadas pela Polícia Rodoviária Federal e o IBAMA no combate de irregularidades em relação ao uso do Arla 32 nas rodovias do país. As fiscalizações tiveram início em 2015 e, além das autuações, nos últimos meses a PRF também levou à prisão motoristas acusados de fraude.

A recomendação, portanto, é que, independente da tecnologia de controle da poluição utilizada no veículo, é preciso que os motoristas e os transportadores fiquem atentos ao correto atendimento das especificações e recomendações dos fabricantes dos veículos. Desta maneira, terão atendido não apenas o desempenho e a economia operacional esperados de seus caminhões, como também, estarão em conformidade com a legislação ambiental.

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